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Museu Municipal de Vila Franca de Xira
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Património Histórico
- Fonte do Cabo da Vila
DESIGNAÇÃO: FONTE DO CABO DA VILA
LOCALIZAÇÃO:
DISTRITO: Lisboa;
CONCELHO: Vila Franca de Xira, Alhandra
ACESSO: Rua Dom Tomás de Almeida
PROTECÇÃO: Imóvel protegido pelo PDM em Vigor – Valores Culturais – Outros Imóveis com Interesse - Arquitetura Civil
ENQUADRAMENTO: Embutida num muro no extremo norte da Vila de Alhandra, frente às Piscinas municipais.
DESCRIÇÃO: Esta fonte, para além da importância histórica que tem, pode talvez considerar-se a de maior monumentalidade desta freguesia, dadas as
dimensões da frontaria, e o próprio esculpido que apresenta o brasão de armas do seu mecenas,
o Patriarcado de Lisboa. Foi construída em pedra calcária, com tanque fronteiro – constituído por muros baixos de cantaria. Noutros tempos existiria ali perto um aqueduto.
UTILIZAÇÃO INICIAL: Abastecimento de água à população.
UTILIZAÇÃO ATUAL: Marco histórico-cultural.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO: Foi alvo de uma intervenção de limpeza e de conservação em 2001/2002, e já se encontra completamente vandalizada. A própria frontaria apresenta novos graffitis, e o tanque que supostamente devia estar cheio de água (uma vez que havia sido feito um tratamento para o efeito) encontra-se completamente seco. O tratamento que foi feito na zona metálica que cobre todo o rebordo do tanque também foi danificado com a aplicação de um produto que parece ser alcatrão de alguma obra.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO 2025: Encontra-se em bom estado de conservação. Apresenta alguns grafitis no frontão e a pedra situada por baixo da bica encontra-se bastante manchada, com tonalidades de castanho escuro quase negro. O tanque da fonte, bem como a parede onde esta se insere, estão pintados de branco, aparentando pintura recente. O pavimento revela alguma vegetação nas juntas entre as pedras.
PROPRIEDADE: Pública Estatal.
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO: Meados do século XVIII.
ARQUITETO/CONSTRUTOR/ AUTOR: Construída através do patrocínio do 1º Patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida.
TIPOLOGIA: Fontanário.
MATERIAIS: Fonte em pedra calcária.
BIBLIOGRAFIA: CÂNCIO, Francisco, Ribatejo Casos e Tradições, Vol. I Junta da Província, 1948, pp. 408 e 409. CÂNCIO, Francisco, Ribatejo Histórico e Monumental, Tomo III, Junta de Província do Ribatejo, 1939, p. 346. “Exposição Memórias de Pedra e Cal”, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira – Pelouro da Cultura – Museu Municipal, 2001.
Origens da Vila D’Alhandra: memórias; Edição da Junta de Freguesia de Alhandra, 1978, pp. 24, 25, 39 e 40.
INTERVENÇÃO REALIZADA: CMVFX/Empresa Quadrifólio 2001 – Remoção mecânica e química das tintas e graffitis; limpeza mecânica e escovagem com água sem pressão de toda a área do alçado; remoção de argamassas inadequadas e sua substituição por outras compatíveis; aplicação de biocida adequado e de uma proteção anti graffiti.
Tanque: remoção mecânica e química de tintas e a limpeza mecânica e escovagem com água sem pressão, remoção das argamassas inadequadas e a sua substituição nos mesmos moldes do que está previsto para o alçado, isolamento do tanque, tratamento e proteção dos elementos metálicos existentes, e aplicação de biocida e proteção anti graffiti.
OBSERVAÇÕES: A população residente utilizava para consumo próprio a água das fontes e dos poços. Estas, devido às suas origens e proximidade do rio Tejo, eram de má qualidade sob todos os aspetos. A fonte do Cabo da Vila era uma das que na zona possuía melhor água já que ela brotava da encosta da Qtª. Roque Annes, que apesar de tudo era bastante calcária.
Francisco Câncio conta-nos a história desta mesma fonte da seguinte forma: “O Cardeal vinha das Caldas da Rainha e pernoitou em Alhandra em casa duma família fidalga e aí teve conhecimento de que a péssima água que os moradores consumiam era causa de muitas e graves doenças, de forma que o «virtuoso prelado deu uma importante soma destinada à exploração d’água, construção do aqueduto e do chafariz, sendo que o rendimento do que sobrasse aplicado em benefício dos pobres de Alhandra, nomeando para isso uma comissão, que deveria sempre ser constituída pelo pároco (presidente nato) e algumas das autoridades civis ou pessoas gradas da terra.»
Compraram a quinta de Roque Annes, que o povo corrompeu em Quinta das Rocanas, hoje da Fonte, e n’ella construíram o aqueduto e chafariz, que está ao principio da Vila. Desse e dum poço, chamado d’Além, se abasteceu por longos anos a população.”17
Possui um sistema de água potável corrente, permitindo a sua utilização para consumo humano.
AUTOR E DATA: Vanessa Amaral – 2004.
ATUALIZAÇÃO E REVISÃO: Maria João Martinho, Catarina Simão e Daniel Bernardes – 2025.