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Museu Municipal de Vila Franca de Xira
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- Arqueologia
- O Setor de Arqueologia insere-se dentro da estrutura orgânica da Divisão de Cultura, Museus e Património Histórico (DCMPH), tendo como principal função, a gestão e salvaguarda integrada do património arqueológico do concelho. Encontra-se sediado no Centro de Estudos Arqueológicos de Vila Franca de Xira – CEAX.
Dentro da sua área de competência, destacam-se as ações de acompanhamento arqueológico, organizar e superintender escavações realizadas no âmbito municipal ou por empresas de arqueologia, proceder á elaboração de pareceres sobre obras ou trabalhos a realizar nas áreas dos Centros Históricos e um projeto de estudo a decorrer, sobre a ocupação humana no extenso território do concelho de Vila Franca de Xira.
A conjugação destas vertentes permitiu até ao momento a identificação de várias dezenas de estações arqueológicas, algumas de grande importância científica como o Povoado do Bronze Final de Santa Sofia ou o Sítio Arqueológico de Monte dos Castelinhos.
Revista Cira Arqueologia
Carta Arqueológica de Vila Franca de Xira

Exposição "Arqueologia em Vila Franca de Xira: o desvelar de um passado milenar"

Projeto de Investigação Plurianual de Arqueologia (PIPA): Monte dos Castelinhos e a romanização do baixo Tejo (MOCRATE)
Este projeto insere-se no âmbito da filosofia do Museu de Vila Franca de Xira enquanto Museu de Território inscrito na Rede Portuguesa de Museus. A estação arqueológica de Monte de Castelinhos pretende-se assumir como um polo descentralizado deste Museu, aproveitando as diversas valências que a localização do sítio evidencia, nomeadamente a nível patrimonial, paisagístico e ecológico.
Em 2010 celebrou-se um protocolo de colaboração com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e em 2017 com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo presente o aproveitamento deste sítio para a formação dos alunos da licenciatura de Arqueologia em contexto de trabalho. Nesse âmbito realiza-se de forma contínua, os campos de trabalho arqueológico de Monte dos Castelinhos, sendo esta disciplina prática devidamente creditada no âmbito de ambas as Licenciaturas.
Equipa de Investigadores:
- João Pimenta
- Henrique Mendes
- Cleia Detry
- Elisa de Sousa
- Rodrigo Banha da Silva
- Vincenzo Soria
Consultor Científico:
- Carlos Jorge Gonçalves Soares Fabião
Resumo do projeto:
A estação arqueológica de Monte dos Castelinhos encontra-se numa área de portela de ligação natural entre as margens do Tejo e o interior da Península de Lisboa, através do vale do Rio Grande da Pipa.
As características da sua implantação, com ampla visibilidade e defensibilidade, levam a que a sua localização assuma uma posição geoestratégia de controlo de uma zona de fronteira natural.
As áreas colocadas a descoberto revelaram um notável conjunto urbano de época romana republicana em excelente estado de preservação. A análise da sua planta permite identificar distintos edifícios e áreas de circulação obedecendo a um plano predefinido de cariz ortogonal, que denota um elevado padrão de romanização.
Pouco tempo após ter sido edificado o povoado é abandonado de forma brusca e repentina. As paredes são derrubadas, os telhados colapsam, e nesses níveis de destruição recolheram-se diversos elementos de armamento militar itálico compatíveis com um cenário bélico.
O estudo dos materiais importados, leva-nos a sublinhar a homogeneidade do espólio exumado e das suas associações formais, enquadradas na segunda metade do século I a.C. (50 a 30 a.C.).
Um dos elementos mais surpreendentes das escavações em Monte dos Castelinhos foi a presença de diversos elementos de cariz militar atestando a presença do Exército romano.
A construção de raiz, de um sítio desta dimensão, em meados do século I a.C., e a sua brusca destruição, apenas alguns anos depois, levanta um amplo quadro de questões que nos encontramos a tentar clarificar e que se prendem com a interpretação da funcionalidade e relevância deste sítio arqueológico.
Apesar desta destruição o sítio não é totalmente abandonado. As últimas investigações permitem sustentar uma continuidade de ocupação em época Imperial até à antiguidade tardia.
Apesar das escavações ainda não estarem concluídas o conhecimento que dispomos leva-nos a sublinhar a relevância científica, patrimonial e turística desta invulgar estação arqueológica, que vem aduzir uma nova página sobre a história da presença romana no ocidente peninsular.
Apesar de destruído na segunda metade do século I a.C., temos dados que nos permitem afirmar que o sítio não é de todo abandonado.
Se a escavação ainda não revelou contundentemente vestígios estruturais desta fase. Quer no Monte quer nos férteis terrenos do seu sopé, a recolha de cerâmicas importadas, numismas, elementos arquitetónicos e epigráficos falam-nos de uma relevante ocupação desde época de Augusto até à antiguidade tardia.
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Em busca de Ierabriga
A densidade de povoamento romano, nesta região fez com que desde cedo aqui fosse presumido a existência de um centro urbano de alguma importância - Ierabriga.
A existência deste núcleo é referida nas fontes Clássicas, no Itinerário de Antonino, na cosmografia do anónimo de Ravena e na Geografia de Ptolomeu.
A sua presumível localização tem vindo a oscilar desde o século XVI entre a antiga Vila de Povos, Alenquer (Paredes/Quinta do Bravo) e Vila Franca de Xira.
Face aos recentes dados do projeto de Monte dos Castelinhos, julgamos ser pertinente alvitrar que este povoado poderá corresponder à primitiva localização de Ierabriga.
Dada a sua implantação na paisagem e a presença de estruturas defensivas, estaríamos perante uma localização adequada de um local com o sufixo briga.
Poderia assim, ter existido uma mudança em meados do século I d.C. da localização da antiga fortificação de Ierabriga, para uma nova implantação, na área de Paredes, onde a topografia e a abundância de água facilitaria a construção dos novos equipamentos que o gosto de influência itálica requeria.